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Desde que reassumiu a presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2025, Donald Trump tem deixado sua marca em diversas frentes — e o mercado de criptomoedas é uma das que mais sentiram o impacto. Diferente da postura mais cautelosa de governos anteriores, Trump adotou uma abordagem abertamente favorável aos ativos digitais, o que já provocou reações em cadeia nos Estados Unidos e no resto do mundo.

A seguir, entenda como a nova administração americana tem influenciado o cenário cripto global e o que esperar daqui para frente.

Um governo pró-cripto

Logo nos primeiros meses do novo mandato, Trump assinou uma ordem executiva que criou a Reserva Estratégica de Bitcoin dos EUA. O governo destinou mais de 200 mil BTC, confiscados em operações anteriores, para compor esse estoque permanente — algo inédito até então.

A medida tem um objetivo claro: reforçar o dólar americano frente a um cenário de descentralização financeira e dar aos Estados Unidos uma posição de liderança no universo dos ativos digitais. O simbolismo dessa ação foi tão forte que, logo após o anúncio, o preço do Bitcoin ultrapassou a marca de US$ 100 mil, com alta volatilidade nos dias seguintes. Inclusive, desde que Trump anunciou sua posição pró-cripto, ainda nas eleiçoes, os preços das moedas já começaram a subir.

Com sua eleição essa onda ganhou ainda mais força, gerando até mesmo um desejo e interesse de pessoas que não faziam ideia do que era criptomoedas.

O fim da moeda digital estatal

Outra mudança importante foi a revogação da ordem executiva 14067, emitida durante a gestão Biden, que tratava do desenvolvimento de uma CBDC (moeda digital do banco central). Trump interrompeu o processo e proibiu qualquer tentativa futura de implantação de uma “versão digital do dólar”, citando riscos à privacidade e ao controle estatal excessivo sobre os cidadãos.

Essa decisão agradou principalmente os defensores do Bitcoin como moeda livre de interferência governamental e acabou influenciando países como Austrália, Japão e Brasil, que passaram a reavaliar seus próprios projetos de moedas digitais estatais.

Mudanças na SEC e fim da guerra contra as exchanges

Outro ponto de virada foi a substituição da liderança da SEC (Comissão de Valores Mobiliários). Com a saída de Gary Gensler e a chegada de Paul S. Atkins, a SEC mudou sua postura: arquivou processos contra empresas como Coinbase e Binance e deixou claro que não pretende mais regular memecoins ou tokens com fins especulativos.

A nova abordagem da SEC trouxe alívio para o setor, que vinha enfrentando incertezas regulatórias nos últimos anos. As exchanges respiraram aliviadas e voltaram a atrair capital institucional e novos projetos.

Trump, memecoins e conflitos de interesse

Um ponto curioso e controverso, foi o crescimento da memecoin $TRUMP, que teve valorização meteórica após a posse presidencial. Apesar de não haver ligação oficial com o governo, a moeda se beneficiou da associação direta com o nome do presidente, o que levantou críticas e suspeitas de conflito de interesse.

Além disso, empresas ligadas aos filhos de Trump, como Eric Trump e Donald Trump Jr., anunciaram fusões e iniciativas envolvendo mineração e gestão de criptoativos. Isso acendeu um debate sobre o uso da imagem pública em benefício privado, uma discussão que ainda está longe de terminar.

Impactos no mercado global

As ações da Casa Branca colocaram os Estados Unidos novamente no centro do debate cripto global. Investidores estrangeiros voltaram a enxergar os EUA como um ambiente mais amigável para inovação financeira. Grandes fundos de investimento já começam a revisar suas estratégias, alocando parte de seus portfólios em criptoativos, especialmente após a sinalização de que o governo pretende manter uma postura de “não-intervenção” no setor.

Além disso, países como Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul e Alemanha passaram a discutir internamente a criação de reservas digitais baseadas em Bitcoin, como forma de competir com o novo posicionamento americano.

Conclusão: Um novo capítulo para o mercado cripto

A gestão Trump tem impulsionado uma verdadeira reviravolta na forma como governos lidam com as criptomoedas. Ao assumir uma postura aberta, com menos interferência regulatória e mais incentivo à inovação, o presidente norte-americano deu força a um mercado que vinha travado por incertezas.

Resta saber se essa euforia inicial vai se sustentar ao longo dos próximos anos e se o resto do mundo vai seguir o mesmo caminho ou preferir manter o pé no freio.

De qualquer forma, 2025 já pode ser considerado um marco histórico para o universo das criptomoedas.