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0%O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou em 22 de setembro um novo aumento na taxa Selic, onde passou de 5,25% para 6,25% ao ano. Mas, você como consumidor ou investidor sabe como essa decisão irá afetar o seu bolso?
Bom, saiba que estamos falando da taxa básica de juros da economia, ou seja, tudo é influenciado quando ela aumenta ou diminui, seja a taxa de um empréstimo ou um investimento em renda fixa que você decida fazer e até mesmo nos preços do cotidiano, pois ela também impacta diretamente a inflação no país.
Por isso, se você não quer perder dinheiro, continue conosco que vamos te mostrar exatamente como a alta da Selic deve ser usada a seu favor! Vamos lá?!
O que é e o que significa o novo aumento na taxa Selic?
Selic quer dizer Sistema Especial de Liquidação e Custódia e basicamente, trata-se de um programa online onde títulos do Tesouro Nacional são negociados por instituições autorizadas pelo Banco Central.
É por meio desse sistema que temos a Taxa Selic, a taxa de juros que mais importa na economia brasileira, visto que está diretamente associada aos juros dos títulos oferecidos pelo governo.
Na prática, é essa taxa que define os juros para os brasileiros, seja na hora de pedir um empréstimo, solicitar um cartão de crédito, entrar em um financiamento, pagar um crediário e até mesmo no rendimento de uma aplicação financeira de renda fixa.
O Copom é quem define o valor exato da taxa Selic, a partir de reuniões a cada 45 dias, onde é definido se a atual taxa ficará estável ou irá diminuir ou aumentar, de acordo com a necessidade de mercado.
Assim, na última reunião, em 22 de setembro, a taxa Selic atual passou a ser de 6,25% a.a., a quinta alta seguida somente em 2021.
O que isso significa? Bom, basicamente, que é o momento de gastar menos e investir mais seu dinheiro.
Como funciona a taxa Selic?
Para entender como funciona essa taxa na economia nacional, é preciso saber como o governo faz para ter dinheiro…
Por mais que a principal fonte de dinheiro do país seja a arrecadação de impostos, ainda assim não é o suficiente para manter todas as despesas, dívidas e investimentos.
Com isso, o governo precisa captar recursos por outras fontes, o que se dá através da oferta de empréstimos através dos títulos do Tesouro Nacional.
Na prática, quando o governo tem uma dívida pública, ele emite e vende títulos por meio do sistema Selic.
Dessa forma, o investidor compra esses títulos, automaticamente empresta dinheiro ao governo, e como recompensa recebe o valor acrescido de juros.
Mas, vale destacar que a maioria da compra desses títulos do Tesouro Nacional é feita por instituições bancárias e financeiras.
Isso ocorre porque na legislação brasileira, todas as instituições são obrigadas a depositar em uma conta do Banco Central uma parte dos depósitos recebidos naquele dia.
É aí que entra a compra de títulos públicos, visto que as instituições, normalmente, fecham o dia com um menor valor do que precisam para depositar na conta do Banco Central, ou seja, precisam pedir um empréstimo.
O que acontece é que esse empréstimo em dinheiro para encerrar o saldo no positivo é feito em curto prazo, geralmente 24h.
Assim, por meio desse ecossistema de empréstimos e investimentos, o governo define a taxa Selic, pois dessa forma sabe o quanto de dinheiro está circulando no mercado e consequentemente faz o controle da inflação no país.
Porque a taxa Selic é tão importante pra você?
A taxa de juros Selic foi criada com um único propósito: controlar a inflação que estava nas alturas em 1979.
Assim, o Banco Central pode:
- Diminuir a taxa Selic para movimentar a economia: com os juros mais baixos a tendência é que os brasileiros voltem a consumir, o que indiretamente promove o aumento da inflação no país
- Elevar a taxa Selic para reduzir a inflação: quando tudo está caro e o custo de vida está elevado para a população, aumenta-se a taxa Selic, pois com o juros mais altos a tendência é que a economia desacelere e consequentemente a inflação diminua
Por isso, se você não sabia para que serve a Selic, agora sabe! Essa taxa básica rege os juros no Brasil e é por meio dela que o governo tem a referência para ajustar a inflação.
Como a Selic em 6,25% ao ano afeta seu bolso?
Ao contrário do que muitos pensam, a taxa Selic não afeta somente a vida dos brasileiros que investem dinheiro, mas a de todos, já que é ela que controla a economia.
Para você consumidor, com a Selic em alta (6,25% ao ano), temos:
- Controle da inflação: com os juros em alta, o consumidor “pisa no freio” e gasta menos, fazendo com que os preços caiam ou se mantenham estáveis
- Juros mais altos: o novo aumento da taxa Selic eleva os juros para o consumidor, ou seja, quem está no cheque especial, solicita crédito no mercado ou parcela compras e dívidas tende a pagar mais
Já se você é investidor de renda fixa, o novo aumento da taxa Selic fará:
- Menor rendimento da poupança
Quem aposta na conta de poupança terá seu rendimento prejudicado com o novo aumento da taxa Selic, pois esse investimento está diretamente atrelado à taxa.
Na prática, quando a taxa Selic está abaixo de 8,5% (como agora, que está em 6,25% a.a.), a rentabilidade da caderneta de poupança cai bastante.
Isso porque, nesses casos, a poupança rende apenas 70% da Selic + TR (Taxa Referencial).
- Aumenta o rendimento do Tesouro Selic
O Tesouro Selic é um investimento de renda fixa, no qual se trata de títulos públicos em que a rentabilidade está atrelada à Selic atual.
De modo geral, como a taxa Selic está em alta, a lucratividade de quem investe no Tesouro Selic será maior, bem como outros títulos públicos.
- Investimentos atrelados ao CDI são vantajosos
A taxa Selic anda em conjunto com o índice CDI. Assim, se a Selic aumenta, o CDI também.
Por isso, com a Selic em 6,25% ao ano, quem investe em renda fixa em aplicações atreladas ao CDI pode ter um maior rendimento.
Bons exemplos de investimentos nesse sentido são: CDB, LCI e LCA e LC.
Conclusão
Portanto, esperamos que você tenha notado a importância da Selic em nosso dia-a-dia, pois afeta diretamente o nosso bolso.
Resumidamente, o novo aumento da taxa Selic provoca uma retração de mercado, ou seja, o acesso ao dinheiro (empréstimo, crédito e financiamento) fica menor, devido aos juros cobrados ficarem mais caros.
Com isso, o consumidor se vê obrigado a cortar gastos e economizar, que é onde o mercado responde…
Com uma menor demanda de compra, a economia precisa aumentar a oferta, ou seja, baixar os preços para o consumidor voltar a comprar, que é a intenção (diminuir a inflação).
Em contrapartida, é o momento perfeito para começar a investir ou diversificar a carteira de ativos, optando pelas aplicações de renda fixa, que passam a ter maior rentabilidade.